Tudo que você precisa saber sobre a carreira de Fonoaudiologia

mulher com criança em terapia de fala

Se você gosta de trabalhar com crianças, tem paciência para lidar com idosos ou curte participar da reabilitação de pacientes, a graduação em Fonoaudiologia pode ser uma boa opção para você. 

No guia a seguir você vai saber como surgiu essa profissão, quais as principais funções de um fonoaudiólogo e todas informações essenciais para ser um profissional de sucesso.

Introdução ao curso de Fonoaudiologia 

A graduação de Fonoaudiologia é relativamente nova, em comparação aos cursos de outras áreas da saúde, e surgiu através da necessidade de compreender e tratar dificuldades relacionadas à fala, audição, voz e linguagem, áreas que até pouco tempo atrás eram tratadas separadamente, através de diferentes profissionais, como médicos e psicólogos.

Embora a história do curso tenha começado no início do século XX, nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, ele só foi formalmente reconhecido em 1961, quando o nosso país deu os primeiros passos na direção da regulamentação da formação desses profissionais. A necessidade de tratar dos distúrbios da fala e da audição surgiram inicialmente através de pessoas afetadas por doenças ou ainda por aqueles afetados pelos traumas de guerra. Em seguida, começou-se a identificar a importância de cuidar da comunicação em um país com uma população tão diversificada, não apenas em termos culturais, mas linguísticos.

O trabalho do fonoaudiólogo envolve ajudar pessoas com dificuldades na fala, como crianças com atrasos na aquisição da linguagem, adultos com distúrbios da voz, pessoas que sofreram AVC e perderam a capacidade de falar, ou até mesmo indivíduos com problemas de audição. Além disso, ele pode atuar no treinamento de pessoas que usam a voz de maneira profissional, como cantores, atores, jornalistas e professores, e na reabilitação de pacientes com dificuldades na deglutição, um problema comum entre idosos e pessoas com condições neurológicas. Os fonoaudiólogos podem trabalhar também em conjunto com profissionais de outras áreas, como fisioterapia, psicologia, neuropsicologia, pediatria, geriatria e otorrinolaringologia. 

A profissão ganhou ainda mais visibilidade a partir dos avanços tecnológicos, que permitem novos métodos de diagnóstico e tratamento, além da alta demanda por cuidados especializados em voz, contribuindo não apenas na saúde, mas também no bem-estar social, ao possibilitar que indivíduos com dificuldades de comunicação possam se expressar de maneira mais eficaz e integrada na sociedade.

A linguagem humana está relacionada com a audição. É através da audição que os homens identificam os sons, discriminam, memorizam e elaboram conceitos que são verbalmente transmitidos – Antônio Amorim.

fonoaudióloga e menina em terapia
A tecnologia permite novos métodos de diagnóstico e tratamento

Tipos de graduação

Existem três tipos de graduação disponíveis no Brasil: Bacharelado, Licenciatura e Tecnólogo. Ambos garantem um diploma de curso superior, no entanto, cada formação possui um intuito e por isso, nem todos estão disponíveis para todas as áreas. Conheça a seguir quais são os tipos de graduação disponíveis para o curso de Fonoaudiologia.

Bacharelado

O bacharelado é um tipo de graduação, com aproximadamente 4 anos de duração e garante uma formação para trabalhar em uma área específica. Por exemplo, se você faz um bacharelado em Fonoaudiologia, você aprende tudo sobre como ajudar pessoas com problemas de fala e audição, e no final do curso, você pode trabalhar como fonoaudiólogo.

O curso de Fonoaudiologia está, sim, disponível nessa modalidade, e possui uma grade curricular completa, com a parte teórica e de aplicação prática.

Licenciatura

A licenciatura é uma graduação voltada para os profissionais que desejam atuar na área da educação, isto é, como professores. Como é o caso dos profissionais formados em Letras, que se tornam professores de Língua Portuguesa ou profissionais formados em História, que se tornam professores de História. A duração de uma licenciatura em geral também é de aproximadamente 4 anos.

No caso da graduação de fonoaudiologia, a licenciatura não está disponível, ao menos não em instituições de ensino aprovadas pelo MEC (Ministério da Educação).

Os cursos tecnológicos, embora façam parte dos cursos de nível superior, possuem um tempo de duração mais resumido, aproximadamente dois anos. São ideais para quem deseja ingressar no mercado de trabalho da área o quanto antes e por esse motivo são voltados principalmente para as disciplinas práticas do curso.

A graduação em Fonoaudiologia não está disponível nesta modalidade, principalmente por se tratar de um curso da área de saúde, sem a possibilidade de abrir mão do conhecimento teórico.

Qualidade do curso

A qualidade de um curso pode ser uma experiência pessoal para cada estudante. No entanto, existem alguns aspectos que podem ajudar a responder essa pergunta. O primeiro passo para descobrir se cursar Fonoaudiologia vale a pena, é saber se você se identifica com o curso. O segundo passo é analisar o mercado de trabalho, que no caso da Fonoaudiologia é favorável, considerando a alta demanda por esses profissionais.

Atualmente, os pais e educadores estão cada vez mais atentos a atrasos na comunicação em geral, então às crianças são encaminhadas para os fonoaudiólogos cada vez mais cedo, principalmente quando possuem outras comorbidades, como o autismo, por exemplo. O envelhecimento da população também contribui para o aumento da necessidade de cuidados relacionados à fala, audição e deglutição.

Outra vantagem que pode ou deve ser considerada ao escolher a carreira de fonoaudiólogo, assim como outras áreas relacionadas à saúde, é a possibilidade de fazer uma diferença real na vida de outras pessoas, ajudando desde crianças até idosos. A sensação de ver uma pessoa se comunicar melhor ou até mesmo recuperar a capacidade de falar e ouvir deve ser gratificante.

pai e filha em terapia com fonoaudióloga
O profissional pode fazer diferença na vida de crianças e adultos com dificuldades de fala e audição

Já quando se trata da qualidade do curso, ela está diretamente ligada à qualidade da instituição de ensino escolhida pelo estudante e dos profissionais que fazem parte dela. Nas melhores universidades, o curso de Fonoaudiologia combina uma sólida base teórica com a prática clínica, o que permite que os estudantes desenvolvam as habilidades necessárias para atuar de forma competente na profissão. Muitas delas também oferecem laboratórios equipados com tecnologia de ponta, o que ajuda os alunos a aprenderem técnicas modernas de diagnóstico e tratamento. Além disso, é essencial escolher uma instituição aprovada pelo MEC.

Certificações

Ao escolher uma instituição de ensino para cursar Fonoaudiologia é preciso estar atento ao fato dela possuir ou não a aprovação do MEC (Ministério da Educação). Essa aprovação garante que a instituição de ensino atende aos padrões de qualidade estabelecidos para a formação dos alunos.

Ter um curso aprovado pelo MEC significa que a formação oferecida é reconhecida nacionalmente e que o diploma obtido tem validade em todo o Brasil. Isso é importante porque, sem essa aprovação, o diploma não seria aceito por conselhos profissionais ou em concursos públicos, limitando muito as oportunidades de trabalho para os formandos.

Considerando todo investimento feito ao realizar um curso de nível superior, o mínimo que você vai querer é receber um certificado válido. A boa notícia é que você mesmo pode realizar a consulta e descobrir se a faculdade escolhida por você é aprovada pelo MEC. Para isso, basta acessar o portal E-mec, inserir o nome da instituição ou o curso e consultar.  

Modalidades de estudo

Houve um tempo em que estar presente, todos os dias, na sala de aula era a única maneira de concluir um curso superior. Atualmente, no entanto, além da modalidade presencial, existem outras duas: EAD (Ensino à distância) e Semipresencial. Você provavelmente já ouviu falar sobre algumas ou todas elas, mas logo abaixo vamos discorrer de forma mais detalhada sobre cada uma delas. Te ajudando assim a escolher qual a opção ideal para você.

Presencial

A modalidade presencial é ideal para os alunos que não abrem mão de socializar pessoalmente, não apenas com os professores do curso de Fonoaudiologia, mas com os colegas de curso e futuros colegas de profissão. Normalmente, pessoas que possuem alguma dificuldade com a organização dos próprios prazos ou de uma rotina de estudos, também optam pelo curso presencial.

Nesse modelo o aluno se matricula em um turno específico (matutino, vespertino ou noturno), e participa de aulas presenciais durante toda a semana ou em grande parte dela. Aulas, provas e apresentação de trabalhos, ambos acontecem de forma presencial. Essa também é a melhor opção para quem está na área da saúde, devido a necessidade de aulas práticas. Por esse motivo o curso de Fonoaudiologia está disponível na modalidade presencial.

estudantes em sala de aula na faculdade
No curso presencial, o estudante realiza aulas e atividades na faculdade

Semipresencial

O curso de Fonoaudiologia também pode ser encontrado no modelo semipresencial. Nessa modalidade, o aluno tem acesso ao melhor dos dois mundos. Isso é, tem aulas presenciais, apresentação de trabalhos, realização de provas, mas também realiza algumas atividades de forma digital, em uma espécie de sala de aula online.

A modalidade semipresencial é perfeita para quem não quer abrir mão do contato com professores e colegas ou da experiência de estar em um ambiente acadêmico, mas ao mesmo tempo não deseja estar preso nesse ambiente, de forma presencial, todos os dias.

EAD

A última modalidade sobre a qual vamos falar, é também, uma das mais procuradas atualmente, principalmente quando não se trata de cursos relacionados à saúde. O dia a dia está cada vez mais corrido, e conciliar uma rotina com casa, trabalho e estudos, não é uma tarefa muito fácil, principalmente quando essa rotina inclui filhos.

A possibilidade de estudar sem sair de casa e de montar a própria rotina de estudo é a responsável pela realização de sonhos que antes pareciam impossíveis. Embora o curso de Fonoaudiologia faça parte da área da saúde, é possível encontrar algumas instituições que o disponibilizem na modalidade EAD.

É importante ressaltar que o certificado de conclusão de um curso realizado à distância é tão válido quanto o certificado de um curso presencial. Entretanto, nesse caso em específico, pode ser que os alunos tenham algum nível dificuldade de se adaptar ao mercado de trabalho, caso não tenham tido contato com a parte prática do curso.

Duração 

O bacharelado  de Fonoaudiologia é composto por 8 semestres, totalizando 4 anos de duração. Conheça no próximo tópico todas as disciplinas que fazem parte da grade curricular do curso e seus respectivos semestres.

Grade curricular e matérias do curso de Fonoaudiologia

A graduação em Fonoaudiologia  possui uma grade curricular completa, baseada na soma de conhecimentos teóricos e da prática clínica. Conheça cada uma dessas matérias e seus respectivos semestre a seguir.

1º semestre

  • Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Tegumentar, Locomotor e Reprodutor
  • Optativa I
  • Introdução a Biologia Celular e do Desenvolvimento
  • Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório, Endócrino e Renal

2º semestre

  • Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Nervoso e Cardiorrespiratório
  • Optativa II
  • Princípios de Audiologia
  • Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem

3º semestre

  • Bases Neurofisiológicas da Comunicação
  • Distúrbios em Motricidade Orofacial
  • Distúrbios da Voz
  • Psicologia do Desenvolvimento
  • Saúde Pública
  • Projeto de Extensão I – Fonoaudiologia

4º semestre

  • Fonoaudiologia Educacional
  • Sociedade Brasileira e Cidadania
  • Audiologia I
  • Distúrbios da Linguagem Oral
  • Distúrbios da Linguagem Escrita

5º semestre

  • Avaliação, Métodos e Técnicas em Motricidade Orofacial
  • Audiologia II
  • Avaliação, Métodos e Técnicas em Voz
  • Gerontologia em Fonoaudiologia
  • Pensamento Científico
  • Projeto de Extensão II – Fonoaudiologia

6º semestre

  • Avaliação, Métodos e Técnicas em Linguagem Oral
  • Avaliação, Métodos e Técnicas em Linguagem Escrita
  • Fonoaudiologia e Trabalho
  • Fonoaudiologia Hospitalar
  • Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora
  • Prática em Audiologia
  • Audiologia Educacional
  • Libras – Língua Brasileira de Sinais
mulher examinando garganta de homem
A Fonoaudiologia Hospitalar é uma das disciplinas do curso

7º semestre

  • Estágio Supervisionado – Linguagem I
  • Estágio Supervisionado – Audiologia Clínica I
  • Estágio Supervisionado – Audiologia Clínica II
  • Estágio em Fonoaudiologia Hospitalar
  • Trabalho de Conclusão de Curso
  • Fonoaudiologia Forense
  • Estágio Supervisionado – Linguagem II
  • Eletrofisiologia em Saúde
  • Fonoaudiologia Neurofuncional
  • Prática em Fonoaudiologia Educacional

8º semestre

  • Projeto de Extensão III – Fonoaudiologia
  • Optativa III
  • Estágio Supervisionado – Motricidade Orofacial I
  • Estágio Supervisionado – Motricidade Orofacial II
  • Estágio Supervisionado – Voz I
  • Estágio Supervisionado – Voz II
  • Estágio Supervisionado – Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora I
  • Estágio Supervisionado – Dispositivos Eletrônicos de Amplificação Sonora II
  • Estágio Supervisionado – Audiologia Educacional
  • Estágio Supervisionado – Eletrofisiologia

Conheça as áreas da profissão

O curso de Fonoaudiologia abrange diversas áreas de conhecimento, todas fundamentais para a formação de um profissional capaz de lidar com os desafios da comunicação humana e da saúde. Essas áreas vão desde as ciências biológicas, que explicam o funcionamento do corpo, até disciplinas mais aplicadas, que focam diretamente nos distúrbios da fala, audição e linguagem. Nos próximos tópicos vamos apresentar algumas das principais áreas e suas características.

Anatomia e fisiologia

Essas são uma das áreas mais importantes da fonoaudiologia, uma vez que oferecem uma base sólida sobre o funcionamento do corpo humano, especialmente do sistema auditivo, respiratório, vocal e neurológico. O estudante aprende como esses sistemas interagem para possibilitar a fala, a audição e a deglutição, o que é essencial para entender e tratar distúrbios nessas funções.

A compreensão da anatomia está relacionada ao conhecimento das estruturas envolvidas, como cordas vocais, ouvido, língua e palato. Enquanto a fisiologia explica como essas estruturas operam juntas de maneira coordenada. Por exemplo, para que a fala ocorra, é preciso que antes o ar passe pelos pulmões, fazendo as cordas vocais vibrarem e que com a ajuda dos músculos articulatórios, produza sons.

Simultaneamente, o sistema auditivo capta esses sons, processa-os, transformando em informações que o cérebro é capaz de interpretar. Da mesma forma, o processo de deglutição envolve uma série de movimentos musculares, que também dependem do funcionamento das estruturas anatômicas e também de sua ação fisiológica coordenada.

Linguística

A linguística também é uma área de destaque, uma vez que aborda como a linguagem se desenvolve, como as pessoas aprendem a falar e a escrever, além de estudar as diferentes formas de linguagem oral e escrita. Esse conhecimento é essencial para o fonoaudiólogo identificar e tratar problemas de linguagem, como atrasos no desenvolvimento da fala ou dificuldades de leitura.

O profissional precisa entender os processos cognitivos e neurolinguísticos que estão por trás da aquisição ou do uso da linguagem, para a partir disso avaliar quais são os possíveis distúrbios que estão afetando a comunicação do paciente. Entre esses distúrbios podemos citar a dislexia, afasia ou distúrbios fonológicos.

Além disso, a linguística fornece as ferramentas necessárias para compreender as regras gramaticais, a estrutura das palavras e o som da fala, permitindo ao fonoaudiólogo ajustar suas intervenções de acordo com as necessidades individuais de cada um.

homem estudando em biblioteca
A Linguística ensina sobre as estruturas das palavras e os sons

Psicologia

A psicologia é outra área fundamental, já que a comunicação está diretamente ligada aos aspectos emocionais e cognitivos do ser humano. A formação em psicologia permite ao fonoaudiólogo entender como questões emocionais, como ansiedade e traumas, podem influenciar a fala e a voz, além de ajudar na relação com os pacientes durante o processo terapêutico.

Como já sabemos, é função do fonoaudiólogo identificar as causas da interferência no processo de comunicação de um indivíduo, e isso inclui também os fatores psicológicos. Além disso, a psicologia pode ser usada para fazer com que o paciente se sinta à vontade, seguro e motivado para continuar o tratamento.

É preciso ressaltar ainda que os aspectos cognitivos, como memória, atenção ou processamento de informações estão diretamente ligados à aquisição da linguagem e ao desempenho comunicativo.

Audiologia

A audiologia é uma das áreas centrais da fonoaudiologia, focada no estudo da audição. Essa área envolve o diagnóstico e a reabilitação de problemas auditivos, como a surdez e outras disfunções auditivas. Os alunos aprendem a realizar exames auditivos, interpretar resultados e prescrever aparelhos auditivos quando necessário.

O fonoaudiólogo também é responsável por acompanhar todo o processo de adaptação dos pacientes a esses aparelhos, fazendo ajustes sempre que necessário com o objetivo de otimizar a percepção sonora.

A audiologia está diretamente ligada à possibilidade de intervenção precoce em casos de perda auditiva, especialmente em recém-nascidos, uma vez que essa função é essencial no desenvolvimento da linguagem e para possibilitar a comunicação. É preciso lembrar também que a área de reabilitação auditiva não se resume à prescrição de aparelhos, mas inclui uma orientação correta não apenas aos pacientes, mas aos familiares que fazem parte desse contato, sempre com foco em garantir qualidade de vida, apesar da perda auditiva.

Fonoterapia

Na fonoterapia, os alunos aprendem a tratar distúrbios da fala, como gagueira, problemas de articulação e distúrbios vocais. Isso inclui desde o trabalho com crianças que têm dificuldades de desenvolvimento da fala até profissionais que dependem da voz, como professores e cantores, para prevenir e tratar problemas vocais.

Além de identificar a origem dos distúrbios, o fonoaudiólogo aplica técnicas com foco na melhora na clareza da fala, assim como na fluência e qualidade vocal. O processo terapêutico envolve exercícios para fortalecer os músculos da fala, melhorar a coordenação respiratória e ajustar padrões de ressonância e articulação.

Na fonoterapia com crianças, o profissional lida com questões como atraso na fala ou dificuldades fonológicas, enquanto, no caso de adultos, o foco pode estar na reabilitação após traumas.

Motricidade Orofacial

A motricidade orofacial é a área que estuda e trata questões relacionadas à musculatura da face, boca e pescoço. Distúrbios nessa área podem afetar a fala, a mastigação e a deglutição, sendo uma parte importante do trabalho do fonoaudiólogo, especialmente com pacientes que sofreram acidentes ou têm condições neurológicas que afetam essas funções.

O fonoaudiólogo avalia a funcionalidade desses músculos e aplica técnicas terapêuticas para melhorar o controle motor, fortalecer a musculatura e promover a coordenação necessária para funções essenciais, como a fala clara, a mastigação eficaz e a deglutição segura.

fonoaudióloga com menino em tratamento
O fonoaudiólogo emprega técnicas para a pessoa desenvolver uma fala clara

A terapia pode incluir exercícios específicos para a mobilidade e tonificação dos músculos, além de abordagens que ajudem o paciente a retomar habilidades perdidas ou aprimorar funções comprometidas.

Neurociência

Podemos falar ainda da Neurociência, que aborda o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. Isso é vital para o estudo de como o cérebro processa a linguagem, a audição e a fala, ajudando no tratamento de condições neurológicas que afetam a comunicação, como o AVC e outras lesões cerebrais.

Compreender os mecanismos neurológicos por trás da comunicação permite ao fonoaudiólogo identificar as áreas do cérebro que podem estar comprometidas e como isso influencia as habilidades linguísticas, auditivas e motoras envolvidas na fala.

A neurociência oferece subsídios para a criação de estratégias de reabilitação direcionadas, que visam restaurar ou compensar funções perdidas, como ocorre em pacientes com afasia ou disartria, após um acidente vascular cerebral. 

Conheça 9 áreas em que uma pessoa graduada em Psicologia pode atuar.

Mercado e oportunidades 

O mercado de trabalho para os profissionais de fonoaudiologia é bastante promissor e vem se expandindo consideravelmente nos últimos anos, graças à crescente conscientização sobre a importância da saúde da comunicação e da audição. O fonoaudiólogo encontra oportunidades em diversas áreas, o que torna a profissão versátil e com boas perspectivas de empregabilidade.

Na área da saúde, existe demanda em hospitais, clínicas e consultórios, onde o fonoaudiólogo atua no tratamento de pacientes com distúrbios de fala e deglutição. Em hospitais, o trabalho também é voltado para reabilitação de pacientes que sofreram acidentes ou têm condições neurológicas. Em clínicas e consultórios, os profissionais atuam tanto no diagnóstico quanto na intervenção de problemas relacionados à fala e audição, como gagueira, disfonia e surdez.

Já no setor educacional, as oportunidades também são amplas. Fonoaudiólogos podem trabalhar em escolas, ajudando crianças com dificuldades de aprendizagem, linguagem ou fala, colaborando com pedagogos e psicólogos para desenvolver estratégias que facilitem o processo educacional. Além disso, a atuação junto a crianças com distúrbios do desenvolvimento, como autismo e transtornos de aprendizagem, é uma área em crescimento.

A audiologia também é uma opção, uma vez que a demanda por fonoaudiólogos que trabalham com a saúde auditiva está crescendo com o aumento da população idosa e a necessidade de reabilitação auditiva. Esses profissionais podem atuar na adaptação e ajuste de aparelhos auditivos, além de realizar exames audiométricos e outros testes para avaliar e tratar problemas de audição.

Felizmente os pais e professores estão cada vez mais conscientes da importância de intervenção precoce, além disso, existe o envelhecimento da população. Esses dois fatores juntos, contribuem para o aumento de oportunidades no mercado de trabalho para o terapeuta fonoaudiólogo. Não é à toa que existem diversas associações e instituições ligadas aos profissionais da área. Entre elas, podemos citar a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), o Crefono (Conselho Regional de Fonoaudiologia), que é responsável por fiscalizar e regulamentar o exercício da profissão em suas respectivas regiões, garantindo que os fonoaudiólogos sigam as normas estabelecidas e atuem de maneira ética.

médico ou fonoaudiólogo com criança e mãe
A conscientização dos pais para tratamento precoce aumenta as oportunidades de mercado

Já o Instituto de Fonoaudiologia tem como objetivo promover o estudo e a pesquisa na área, oferecendo cursos de aperfeiçoamento e atuando diretamente na capacitação de profissionais. Além disso, o Instituto se dedica a desenvolver projetos de reabilitação e programas de atendimento à população, colaborando com a evolução do campo fonoaudiológico.

Como você pode ver, a carreira dos fonoaudiólogos é bastante estruturada no nosso país, com participação, inclusive, do Ministério da Saúde, que embora não seja diretamente ligado à profissão, é essencial para a criação de políticas públicas relacionadas à saúde auditiva e à reabilitação de distúrbios da fala e da deglutição. Ele também apoia iniciativas de prevenção e tratamento, assegurando que a Fonoaudiologia esteja integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS), proporcionando acesso a serviços fonoaudiológicos à população brasileira e até mesmo criando programas de fonoaudiologia.

Perfil do aluno 

Embora sejamos seres individuais, existem algumas características que são comumente encontradas no perfil do aluno de fonoaudiologia. Em geral, os alunos possuem tanto o interesse pela comunicação humana quanto o desejo de ajudar as pessoas a superar desafios que impactam suas vidas diárias. Esse estudante tende a ser alguém com grande sensibilidade social, empatia e paciência, já que o trabalho com pessoas que enfrentam dificuldades de fala, audição, linguagem e deglutição exige uma abordagem acolhedora e compreensiva.

O aluno de Fonoaudiologia também costuma demonstrar certa curiosidade científica e disposição para o aprendizado contínuo. Isso porque a área envolve a necessidade de compreender de forma detalhada como o corpo humano funciona, especialmente no que se refere ao sistema auditivo, vocal, neurológico e motor. Além disso, ele precisa ter afinidade com disciplinas como biologia, psicologia e linguística, que formam a base teórica do curso.

Outro traço comum é a capacidade de uma comunicação eficaz. Embora o foco seja ajudar os outros a se comunicar melhor, o próprio aluno precisa ter boas habilidades interpessoais, já que sua rotina profissional envolverá interações constantes com pacientes, familiares, outros profissionais de saúde e educadores.

É importante ressaltar que a falta de uma ou mais dessas características, não significa necessariamente que a área de fonoaudiologia não é pra você. Essas são apenas características comuns, e que podem, inclusive, serem desenvolvidas ou melhoradas no decorrer do curso.

Rotina de estudos

A rotina de estudos de um estudante de fonoaudiologia pode ser bastante intensa, uma vez que existe o contato tanto com a parte teórica, quanto com a prática. No entanto, com organização e gerenciamento de tempo, é possível criar uma rotina saudável e absorver o conteúdo das aulas, participar de estágios, realizar pesquisas e se preparar para provas e avaliações.

rapaz estudando com computador
A rotina pode envolver aulas, pesquisas e estágios

Uma das dicas mais importantes é criar um plano de estudos semanal. Isso ajuda a distribuir as tarefas de forma equilibrada, evitando sobrecargas antes das provas e garantindo que você revise todos os conteúdos com antecedência. Dividir as disciplinas por dias da semana, reservando um tempo para cada uma, pode evitar que o acúmulo de matérias gere ansiedade. Por exemplo, você pode dedicar às segundas-feiras a estudar anatomia e fisiologia, e às terças-feiras a audiologia.

Além de organizar as disciplinas, é importante reservar momentos fixos para a prática clínica e revisão de conteúdos práticos. Como o curso de Fonoaudiologia envolve muito trabalho prático, como estágios e observações clínicas, você deve anotar todas as informações e experiências vividas nesses momentos. Revisar esses apontamentos regularmente, logo após as práticas, pode reforçar o que você aprendeu e vai ajudar a fixar os conteúdos.

Outra dica é a realização de resumos e mapas mentais dos conteúdos mais densos, como anatomia, neurociências e linguística. Essas ferramentas visuais facilitam a compreensão de temas complexos e ajudam a manter o conteúdo fresco na memória. Você também pode formar grupos de estudo com colegas de turma. 

Lembre-se também de utilizar recursos multimídia, como vídeos, podcasts e simuladores online, que podem ser ótimas ferramentas complementares para entender os conteúdos de forma mais dinâmica. Muitos temas da Fonoaudiologia, como audiologia ou voz, podem ser melhor compreendidos com o apoio de recursos audiovisuais, que ilustram conceitos de forma prática e interativa.

Por último, mas não menos importante, além de seguir o cronograma de estudos, reserve momentos de descanso e lazer, pois o equilíbrio entre estudo e descanso é fundamental para manter o foco e a produtividade. Praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável também contribuem para um bom desempenho acadêmico, já que corpo e mente precisam estar bem cuidados.

Desafios comuns

Os alunos de fonoaudiologia, assim como todo estudante universitário, enfrentam diversos desafios no decorrer do curso. Mas não se preocupe, todos eles podem ser superados. Um dos primeiros obstáculos que podem ser encontrados na sua caminhada é a vasta quantidade de conhecimento teórico, especialmente em áreas como anatomia, fisiologia e neurociências. Para muitos, memorizar termos técnicos e processos anatômicos pode ser uma tarefa árdua, especialmente para aqueles que não possuem uma base forte em biologia.

Além disso, a transição entre a teoria aprendida em sala de aula e sua aplicação prática nos estágios clínicos pode ser um desafio. Muitos estudantes sentem insegurança ao lidar com pacientes pela primeira vez, já que precisam colocar em prática conhecimentos ainda recentes e muitas vezes abstratos. Essa fase exige confiança e adaptação, mas é também uma oportunidade de crescimento.

Outro desafio significativo está no gerenciamento do tempo sobre o qual já falamos. É preciso levar em consideração que a rotina de um aluno de fonoaudiologia é intensa, dividida entre aulas, estágios, trabalhos em grupo e estudos individuais. Sem uma boa organização, o ritmo acelerado do curso pode gerar sobrecarga ou dificultar o acompanhamento das matérias.

estudante cansado e cochilando em biblioteca
O curso pode gerar sobrecarga, se não houver um bom gerenciamento de tempo

Cuidar do seu emocional também pode ser difícil. Lidar diretamente com pacientes que têm dificuldades  seja de comunicação, audição ou deglutição pode ser desgastante. A empatia, que é uma qualidade essencial no fonoaudiólogo, pode gerar um impacto emocional nos alunos, principalmente ao enfrentarem situações delicadas, como reabilitação de pacientes com condições graves ou necessidades especiais. Além disso, os estágios supervisionados, que fazem parte da formação, trazem uma pressão adicional. O contato com pacientes reais, a necessidade de seguir protocolos rigorosos e a avaliação constante dos supervisores podem gerar ansiedade, sobretudo para os estudantes que estão começando a se familiarizar com suas responsabilidades.

Superar esses desafios é parte do processo de amadurecimento profissional. Ao longo do curso, com o apoio dos professores e colegas, os alunos aprendem a lidar com essas dificuldades, transformando-as em experiências que contribuem para sua formação como fonoaudiólogos competentes e humanizados.

Custo da Graduação e escolha entre Faculdade Pública ou Privada

Depois de escolher o curso dos seus sonhos, é hora de decidir entre cursar uma faculdade pública ou uma faculdade privada. Essa escolha vai depender não somente da vontade, mas das condições financeiras do estudante.

É importante ter em mente também que a mensalidade não é o único custo envolvido na graduação de fonoaudiologia. Considere que existem gastos com transporte, seja ele público ou particular, alimentação, materiais didáticos, como livros, cadernos e outros. Jaleco também faz parte da lista de investimentos.

Além dos custos comuns, existem também aqueles adicionais, relacionados a materiais indicados, mas não obrigatórios, xerox e impressões e até mesmo materiais utilizados em trabalhos acadêmicos.

Em relação a mensalidade, a faculdade de fonoaudiologia pode variar entre R$570 e R$1.600.

Bolsa de estudos

Para aqueles que optaram pela faculdade de fonoaudiologia particular, é possível também conquistar uma bolsa de estudos. A forma mais conhecida é participando de programas disponibilizados pelo Governo Federal, justamente com o Ministério da Educação. Nesses casos, para ter acesso a bolsa é preciso participar do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), para a partir disso, concorrer a uma vaga no ProUni (Programa Universidade Para Todos). As bolsas do Prouni podem ser totais ou parciais (50%).

A Unopar também possui diversas opções de descontos e bolsas de estudos. Para garantir o seu desconto, você só precisa inscrever-se no vestibular e atender aos critérios de exigência da instituição.

Descontos na Unopar: Saiba como conseguir bolsa ou convênio.

Faculdade Pública ou Privada?

Tanto a faculdade pública, quanto a faculdade privada possuem vantagens e desvantagens. Talvez, a maior diferença entre as duas sejam as formas de ingressar na faculdade. No caso das faculdades públicas, o Enem é a única porta de entrada. Isso torna o processo mais limitado, uma vez que a concorrência é muito maior.

prova do enem 2023
O Enem é usado para a seleção em universidades públicas, o que favorece o aumento da concorrência

No caso das faculdades particulares, existem mais formas de ingressar, incluindo o vestibular, que é a mais tradicional. É preciso considerar que o nível de dificuldade do vestibular é consideravelmente menor do que a prova do enem, logo, as chances de aprovação também são consideravelmente maiores.

As universidades públicas também costumam possuir uma carga horária maior, em muitos casos, inclusive, com cursos integrais. O que pode ser um empecilho para quem precisa conciliar os estudos com outras áreas, como trabalho, filhos ou casamento. As instituições privadas, por sua vez, costumam ser mais flexíveis, disponibilizando cursos na modalidade de ensino à distância ou semipresencial.

Além disso, não podemos deixar de citar o reconhecimento das universidades federais ou estaduais. Não é à toa que ser aprovado em uma dessas instituições faz parte dos sonhos de muitos candidatos.

Para escolher a melhor opção, o ideal é listar quais são seus principais objetivos e prioridades, além de, é claro, analisar o seu bolso.

Processos de ingresso

Existem diversas opções disponíveis quando se trata de ingressar em um curso de nível superior. Desde a própria faculdade até os programas governamentais, conheça um pouco mais cada um deles logo abaixo.

ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como Enem, foi criado em 1988 com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes ao final da educação básica, e atualmente  é uma das principais ferramentas para adentrar na faculdade, principalmente quando o assunto são universidades públicas, já que como dissemos, essa é a única porta de entrada.

A prova do Enem é realizada uma vez ao ano e para participar do exame basta se inscrever dentro do prazo no portal do Enade. O exame é composto por duas partes: uma prova objetiva com 180 questões distribuídas entre quatro áreas de conhecimento (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática) e uma redação, que avalia a capacidade de argumentação dos candidatos. O Enem é conhecido por exigir não apenas o domínio de conteúdos específicos, mas também habilidades de interpretação de textos, raciocínio lógico e resolução de problemas.

Através da nota do Enem é possível participar de programas como o Sisu e o Prouni, para a partir disso, concorrer a uma vaga na faculdade.

Sisu

O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) é um programa do governo brasileiro que permite o ingresso em universidades públicas por meio da nota do Enem. Todos os participantes do Enem, que não zeraram a nota da redação, podem concorrer a uma vaga no programa, que oferece vagas em diversas instituições de ensino superior federais e estaduais, possibilitando a escolha de cursos em diferentes áreas, como Fonoaudiologia.

estudante mexendo em computador ao ar livre
O Sisu usa a nota do Enem para selecionar estudantes

O funcionamento do Sisu se dá em duas edições anuais, geralmente no começo do ano e no meio do ano. Após a divulgação das notas do Enem, o candidato pode acessar o sistema, escolher até duas opções de curso e instituição e acompanhar, durante o período de inscrição, as notas de corte, que são calculadas diariamente com base nas notas dos candidatos inscritos em cada curso. As notas de corte variam conforme a concorrência e a demanda por determinada vaga.

O estudante tem a oportunidade de mudar suas escolhas de curso durante o período de inscrição, caso perceba que sua nota está abaixo da nota de corte em um dos cursos selecionados. No final, o Sisu seleciona os candidatos com as maiores pontuações, que serão convocados a se matricular na universidade para a qual foram selecionados.

Vestibular para Fonoaudiologia

O vestibular é a opção mais antiga e tradicional de ingressar em uma instituição de ensino de nível superior privada. Para realizar o vestibular de fonoaudiologia, basta se inscrever na instituição de ensino desejada.

O formato da prova vai depender da própria instituição. Em alguns casos a prova pode ser feita de forma 100% online, com questões relacionadas ao ensino médio ou ao curso escolhido. Em alguns casos pode ser solicitada apenas uma redação.

Ao ser aprovado no vestibular o próximo passo é realizar a matrícula na faculdade, sem necessidade de fila de espera e com uma concorrência consideravelmente menor.

Requisitos para conclusão do curso

Além de estar matriculado e frequentando o curso, os estudantes precisam cumprir alguns requisitos básicos, como estágio, TCC ou prova do Enade. Conheça a seguir quais as exigências para se formar em Fonoaudiologia.

Estágio obrigatório

Uma das etapas do curso de fonoaudiologia é o estágio obrigatório, que como o próprio nome diz, é obrigatório, especialmente quando se trata de um curso relacionado à saúde, como é o caso.

A experiência prática é essencial para a formação desse profissional. Entre os locais onde podem ser realizados os estágios, podemos citar clínicas, hospitais e escolas. O estágio é o momento de colocar em prática todos os conhecimentos teóricos obtidos no decorrer do curso, além disso, vai auxiliar diretamente na inserção do estudante no mercado de trabalho.

Durante o estágio, o aluno é supervisionado por profissionais experientes e atua diretamente com pacientes que apresentam diferentes distúrbios da comunicação. Além de desenvolver as habilidades técnicas, o estágio obrigatório também ajuda os alunos a aprimorarem suas capacidades interpessoais, como empatia, escuta ativa e comunicação eficaz com pacientes e suas famílias. O acompanhamento de casos reais prepara o estudante para os desafios que enfrentará na prática profissional, além de proporcionar maior segurança na tomada de decisões clínicas.

fonoaudióloga e menino em terapia de fala
No estágio, o estudante pode aprender com casos reais

Enade

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) é um exame obrigatório para todos os alunos que estão prestes a concluir a graduação em cursos de educação superior no Brasil, incluindo o curso de fonoaudiologia. O objetivo do exame é avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos e competências previstas nas diretrizes curriculares dos cursos.

A obrigatoriedade do Enade está vinculada ao cumprimento das exigências para a obtenção do diploma e ao processo de avaliação institucional das instituições de ensino superior. Para os alunos de Fonoaudiologia, assim como para os de outros cursos, a participação no Enade é essencial, pois o exame fornece informações sobre a qualidade da formação oferecida pelas instituições e ajuda a identificar áreas que precisam de melhorias.

O exame é realizado a cada dois anos e, para ser considerado apto, o estudante deve estar matriculado no último ano do curso ou ter concluído pelo menos 75% da carga horária total. A avaliação abrange questões objetivas sobre os conteúdos abordados ao longo do curso, além de uma prova discursiva que pode exigir a elaboração de um texto ou resposta a questões abertas relacionadas às práticas profissionais.

TCC

E o tão temido TCC? Existem muitas dúvidas sobre a obrigatoriedade ou não da realização do Trabalho de Conclusão de Curso. Atualmente, essa é uma decisão que cabe à instituição de ensino responsável. A diferença é que o trabalho não necessariamente precisa ser uma monografia, como antes.

Em alguns casos, pode ser solicitado um projeto, experiência ou qualquer outro tipo de pesquisa que possibilite aos alunos colocar em prática os conhecimentos obtidos no curso e demonstrar que estão prontos para atuar na profissão que escolheram.

Vale a pena se formar no curso?

Será que vale a pena se formar em Fonoaudiologia? Quando o assunto é educação, os gastos nunca são apenas gastos, mas sim, um investimento. Nos tópicos a seguir você vai conhecer um pouco sobre o salário de um profissional de fonoaudiologia e vai descobrir se o retorno obtido compensa o investimento feito no decorrer da graduação.

Salários

O salário do fonoaudiólogo vai depender de alguns fatores, como região e área em que você pretende atuar, do hospital, clínica ou escola que vai contratar o seu serviço, entre outros.

Segundo o Salário.com, a média salarial do profissional dessa área é de R$2.800,00 mensais. No entanto, a depender do cargo ocupado por ele, essa média salarial pode mudar consideravelmente. Um fonoaudiólogo, por exemplo, recebe aproximadamente R$3.500,00, enquanto o salário de um coordenador de fonoaudiologia pode chegar até R$7.800,00.

mulher conversando com colegas da área da saúde
Um coordenador em Fonoaudiologia pode ter salários que chegam a mais de R$7mil

Um professor de fonoaudiologia, por sua vez, possui uma média salarial de R$8.000,00. Uma outra opção de área de atuação é a de supervisor de saúde bucal, nesse caso, o salário obtido é em média de R$4.800,00.

Sendo assim, o seu salário vai estar diretamente ligada à sua escolha de área de atuação. No entanto, vale ressaltar que a sua escolha deve levar em consideração não apenas o salário, mas a sua satisfação e identificação.

*É importante ressaltar que os valores informados podem sofrer alterações.

Investimento e retorno

O investimento financeiro em um curso de fonoaudiologia está relacionado aos custos de mensalidades, material didático, transporte, alimentação, estágios e outras despesas associadas. Além disso, existe o investimento de tempo. Durante a realização da graduação, o estudante precisa fazer diversas abdicações e sacrifícios caso queira se destacar e aproveitar o melhor do curso.

Sendo assim, é justo que exista uma preocupação com o retorno que será obtido após a conclusão do curso. Como já sabemos, esse retorno pode variar de acordo com vários fatores, como a localização, o tipo de empregador e o nível de especialização do profissional.

Ao fazer o cálculo de todo investimento feito desde a sua matrícula na instituição até a conclusão do curso, você pode se assustar. Mas, felizmente, o retorno esperado no mercado de trabalho pode justificar esse investimento, especialmente considerando o potencial de crescimento salarial e a estabilidade da profissão. 

É claro que esse retorno não vai ocorrer já nos primeiros meses de formação, mas certamente poderá ser conquistado ao longo da sua carreira. É importante ressaltar ainda que quanto mais você investir na sua educação, com especializações, maiores serão os resultados e o seu sucesso financeiro.

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Especializações na área

As possibilidades de especialização em fonoaudiologia são muitas. Muitas delas foram citadas no decorrer do nosso texto, inclusive, mas vamos relembrá-las a seguir.

Audiologia

A especialização em audiologia é voltada para o diagnóstico e tratamento de problemas relacionados à audição e ao equilíbrio. Os fonoaudiólogos dessa área trabalham com a identificação e a reabilitação de deficiências auditivas, utilizando audiômetros e outros equipamentos para avaliar a audição dos pacientes e ajustando aparelhos auditivos e implantes cocleares.

Fonoaudiologia Hospitalar

Na fonoaudiologia hospitalar os profissionais atuam em ambientes hospitalares, lidando com pacientes que apresentam condições que afetam a fala, a voz e a deglutição, frequentemente após cirurgias ou traumas. Esses especialistas colaboram com equipes multidisciplinares na reabilitação de pacientes com distúrbios neuromusculares, câncer de cabeça e pescoço e outras condições graves.

Linguagem e Aprendizagem

Na especialização em linguagem e aprendizagem, os fonoaudiólogos concentram-se em problemas relacionados ao desenvolvimento da linguagem e às dificuldades de aprendizagem, tanto em crianças quanto em adultos. Eles trabalham com crianças que apresentam atrasos na linguagem, dislexia e outras dificuldades que afetam o desempenho escolar.

fonoaudióloga com livro em sessão de terapia
Na área de Linguagem, o fonoaudiólogo pode trabalhar com crianças com atraso na fala

Fonoaudiologia Infantil

A fonoaudiologia infantil é outra especialização importante, focando no diagnóstico e tratamento de distúrbios da comunicação em crianças. Profissionais dessa área lidam com questões como distúrbios da articulação, gagueira e dificuldades no desenvolvimento da linguagem, oferecendo suporte essencial para o crescimento e a comunicação efetiva dos pequenos.

Reabilitação da voz

A reabilitação da voz é uma especialização que trata de problemas relacionados à produção vocal, como disfonias e afonias. Esses profissionais ajudam cantores, atores e outros usuários intensivos da voz a prevenir e tratar lesões vocais, além de melhorar a qualidade da voz.

Motricidade Orofacial

Já em motricidade orofacial, os fonoaudiólogos trabalham com problemas relacionados à função e aos músculos da boca e da face, abordando distúrbios como má oclusão dentária, dificuldades de mastigação e problemas de deglutição.

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Fonoaudiologia é na Unopar! 

Se você chegou até aqui, existe uma grande chance de já ter escolhido a carreira de fonoaudiologia para chamar de sua. O próximo passo é escolher a instituição de ensino que vai te acompanhar neste caminho. São quatro anos de curso, e o mínimo que você merece é passar todo esse tempo lidando com pessoas que de fato se preocupam com o seu bem estar e com a sua educação.

Pensando nisso, o texto não poderia chegar ao fim sem citar a faculdade Unopar. Uma instituição que é referência em inovação acadêmica e que está há mais de 20 anos realizando o sonho de conquistar um diploma, não apenas de cursos de graduação, mas de pós-graduação e extensão.

Aproveite e Inscreva-se para Fonoaudiologia na Unopar!

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