Já parou para pensar que todas as relações, sejam elas pessoais ou profissionais, passam por conflitos? É importante atentar para as causas, barreiras de comunicação e, claro, consequências desses conflitos. Por isso a carreira em Mediação é tão importante e tem atraído cada vez mais interessados no curso superior de Mediação.
Em linhas gerais, o estudo e a prática de Mediação tem como objetivo facilitar diálogos interpessoais, sejam eles na área profissional, jurídica, legal ou até educacional. Afinal, esses espaços lidam com múltiplos tipos de pessoas e exigem cuidados redobrados com as experiências coletivas e individuais.
Por exemplo, um conflito em relações de trabalho pode surgir quando pessoas de diferentes formas de organização estão na mesma equipe ou de líderes com barreiras de comunicação. Aqui, a mediação funciona como uma ponte para resolução de problemas e evitar que eles geram questões mais sérias a longo prazo.
Na Educação, principalmente em relação ao Ensino Básico, a mediação significa facilitar conversas e fornecer um espaço de aprendizado mais saudável e produtivo para todos os alunos, principalmente aquelas cujas experiências se diferenciam da expectativa e do tradicional.
E, claro, no universo legal e jurídico, a mediação é uma forma de minimizar os riscos e fornecer um espaço de diálogo mais receptivo para duas partes que estejam em conflito relacionado às leis e seu descumprimento. Ou seja, uma sessão de mediação pode trazer impactos enormes e evitar que a questão seja levada a instâncias legais.
Portanto, se cada vez mais a mediação ganha espaço no fomento ao diálogo, é essencial que exista uma formação voltada para a criação de profissionais especializados na área.
Os profissionais de mediação devem estar preparados para defender diálogos abertos levando em conta pontos como direitos humanos, cidadania, legislação e justiça. Sendo assim, a formação deve ter uma proposta multidisciplinar, centrada nos princípios comunitários e embasada em teorias científicas estabelecidas.
Os alunos que gostam de temáticas como comunicação, direito e psicologia podem se interessar por esse curso rico e voltado para o desenvolvimento da sociedade de forma inclusiva.
Quer entender se a faculdade de mediação combina mesmo com você? Continue a leitura para entender como ela funciona, as aulas da grade curricular, o futuro da profissão e o perfil de aluno ideal nessa trajetória!
- 1 Como é cursar Mediação?
- 2 O que o aluno aprende durante o curso de Mediação?
- 2.1 Resolução de Conflitos
- 2.2 Negociação e Interesses das Partes
- 2.3 Técnicas de Mediação
- 2.4 Conciliação e Arbitragem
- 2.5 Gestão de Conflitos
- 2.6 Facilitação de Diálogo
- 2.7 Mediação Familiar
- 2.8 Mediação Empresarial
- 2.9 Mediação em Disputas Judiciais
- 2.10 Mediação em Políticas Públicas
- 2.11 Intervenção em Conflitos Escolares
- 2.12 Mediação Comunitária
- 2.13 Mediação Digital
- 2.14 Direito Colaborativo
- 2.15 Métodos Alternativos de Solução de Conflitos (MASC)
- 2.16 Comunicação Não Violenta (CNV)
- 2.17 Práticas Restaurativas
- 2.18 Justiça Restaurativa
- 2.19 Ética na Mediação
- 3 Quais os tipos de graduação em Mediação?
- 4 É bom estudar Mediação?
- 5 Como estudar Mediação?
- 6 Quanto tempo dura o curso de Mediação?
- 7 Grade curricular de Mediação
- 8 Quais são as áreas da Mediação?
- 9 Como é o mercado de Mediação?
- 10 Qual o perfil do aluno de Mediação?
- 11 Quanto custa estudar Mediação?
- 12 Como começar a estudar Mediação?
- 13 O que preciso para me formar em Mediação?
- 14 Qual é o salário de quem trabalha com Mediação?
- 15 Como se especializar na Mediação?
- 16 Por que escolher Mediação na Unopar?
Como é cursar Mediação?
O curso de Mediação é um curso superior voltado para alunos que se interessam pela resolução de conflitos a nível pessoal e organizacional. Isso significa, portanto, que a formação deve ser voltada para a multidisciplinaridade das relações interpessoais e seu impacto no dia-a-dia.
Durante o curso, o aluno tem aulas que se aprofundam, por exemplo, em temáticas do Direito e da Sociologia, que oferecem um embasamento teórico para analisar e orientar atividades de mediação, sejam elas pessoais ou organizacionais.
Essas disciplinas e discussões são fundamentais, já que os docentes podem trazer uma variedade de perspectivas essenciais de experts na área e literatura avançada. Os alunos devem aproveitar a oportunidade para aprofundar seus estudos nas áreas relacionadas à Mediação, já que atuarão em colaboração com outros profissionais dessas áreas.
Além disso, a proposta pedagógica da faculdade de Mediação inclui o estudo de Gestão e o impacto de fatores como diálogo e negociação em ambientes de trabalho. Muitos mediadores optam por uma trajetória profissional no ambiente corporativo, seja na gestão de RH ou consultorias, o que exige alta compreensão das dinâmicas profissionais e seus conflitos.
O curso também envolve o estudo e a aplicação de técnicas de resolução de conflitos, por meio de aulas teóricas e projetos multidisciplinares, que oferecem aos alunos a oportunidade de implantar o aprendizado em cenários desafiadores que podem encontrar em suas carreiras.
Durante a graduação, além de estudar teoria e praticar os conceitos, o aluno deve desenvolver suas habilidades intra e interpessoais, que têm grande impacto na sua vida profissional. Alguns exemplos importantes para futuros mediadores são a ética e a responsabilidade. Um profissional ético e responsável é fundamental para a realização de mediações efetivas e justas. Outros aspectos como trabalho em equipe, comunicação ativa, autorregulação e organização também tornam o profissional mais alinhado ao setor.
O que o aluno aprende durante o curso de Mediação?
Na graduação de Mediação, os alunos se preparam para atuar em situações complexas de resolução de conflitos. Para isso, precisam desenvolver habilidades como técnicas de negociação e diálogo. Os egressos também devem dominar questões sociais contemporâneas como práticas restaurativas e justiça restaurativa.
Sendo uma formação abrangente que inclui um misto de teoria e prática, o curso superior de Mediação gera profissionais que podem atuar em diferentes contextos de mediação – como mediação familiar, comunitária, empresarial, e até em políticas públicas. Alguns temas abordados durante o curso são:
Resolução de Conflitos
A resolução de conflitos é o pilar do curso e da atuação em Mediação. Os alunos devem estudar os diferentes tipos de conflitos e aprender a identificar suas causas, dinâmicas e consequências em potencial. A partir daí, com a compreensão do comportamento humano em pontos de tensão, o mediador pode facilitar soluções pacíficas e justas.
Para isso, os alunos também se aprofundam em temas como empatia e neutralidade, incluindo sua utilização na resolução igualitária e justa de conflitos.
Negociação e Interesses das Partes
Um mediador deve ter habilidades comprovadas em negociação, já que elas são fundamentais para uma abordagem estratégica e sensível aos interesses e valores das partes envolvidas no conflito.
Pensando nisso, a proposta do curso inclui técnicas de negociação e de como utilizar o diálogo para facilitar entender as dinâmicas opostas, promovendo o entendimento mútuo e construindo acordos realistas.
Técnicas de Mediação
Para atuar como mediador, é essencial dominar as técnicas de mediação, que incluem escuta ativa, observação da linguagem corporal, saber fazer as perguntas corretas para entender o ponto de vista de cada parte e construção de confiança durante o processo.
Essas técnicas ajudam o mediador a facilitar entendimento das partes de forma não invasiva, criando um ambiente correto para a mediação. Para isso, os alunos da graduação de Mediação aprendem a controlar suas expressões e garantir que todas as partes envolvidas possam se expressar de forma justa e clara.
Conciliação e Arbitragem
A conciliação e a arbitragem são conceitos-chave da mediação. Na conciliação, o acordo é mais flexível, trazendo soluções encontradas durante o diálogo das partes. Já a arbitragem está mais próxima do processo judicial, pois a decisão final é obtida por outra parte imparcial. Durante o curso, os alunos exploram as diferenças entre conciliação e arbitragem e suas práticas, o que os qualifica para escolher e propor a solução correta para cada tipo de conflito.
Gestão de Conflitos
Além de entender conflitos e escolher formas de resolução, é preciso que o mediador saiba gerenciar as partes dos conflitos de forma estratégica. Ou seja, aplicando técnicas de prevenção, controle e resolução. Esses métodos visam promover a cooperação e evitar que os conflitos cresçam.
Com o domínio dessas habilidades, os alunos podem atuar tanto em contextos corporativos quanto individuais e comunitários.
Facilitação de Diálogo
O papel do facilitador na mediação é auxiliar na comunicação entre as partes em conflito. Aqui, é preciso saber como criar um ambiente seguro e que promova o entendimento e o respeito mútuos.
No curso, os alunos desenvolvem habilidades como neutralidade e comunicação não violenta, além de como utilizá-las para criar uma imagem de autoridade. Com isso, estão preparados para lidar com situações de grande impacto emocional, nas quais as partes estão lidando com questões complexas.
Mediação Familiar
A mediação familiar aborda conflitos comuns em relações familiares, incluindo disputas patrimoniais, financeiras e de guarda. Os alunos são treinados para lidar com situações delicadas como divórcios e inventários, em que o vínculo familiar impacta as opiniões, focando no bem-estar emocional de todos os envolvidos.
A mediação familiar exige técnicas específicas embasadas em aspectos da psicologia para lidar com temáticas pessoais e minimizar as diferenças de perspectiva, buscando sempre preservar os relacionamentos como um todo.
Durante as aulas, são abordados temas como divórcio, divisão de bens, guarda dos filhos e outras questões relacionadas à família. Isso porque a mediação, nesses casos, é essencial para reduzir o impacto emocional do processo e trazer soluções que beneficiem ambas as partes.
Mediação Empresarial
Conflitos no ambiente corporativo podem impactar a produtividade e o clima organizacional. O curso, pensando nessa demanda, inclui aprendizado de conhecimentos sobre mediação em contextos empresariais, tais como: disputas em equipes, conflitos entre sócios e questões contratuais.
Os alunos aprendem a mediar conflitos no ambiente corporativo com foco na manutenção de relações profissionais saudáveis, no respeito e igualdade do ambiente de trabalho e na criação de um espaço de diálogo entre as equipes.
Mediação em Disputas Judiciais
A mediação judicial é uma temática em crescimento no âmbito jurídico. Ela permite que as partes envolvidas resolvam seus problemas de forma rápida, reduzindo os custos do processo tradicional.
Para serem qualificados a atuar no setor, os alunos estudam o papel do mediador em casos judiciais, as normas e leis atreladas a esse trabalho e aprendem a promover soluções que atendam aos interesses das partes, proporcionando um resultado adequado e diminuindo a sobrecarga do sistema judiciário.
Mediação em Políticas Públicas
Existem conflitos importantes entre cidadãos e instituições. Por isso, a mediação em políticas públicas tem se tornado uma forma de ampliar esse diálogo e criar uma legislação mais condizente com as demandas da sociedade.
O curso oferece uma visão ampla sobre o papel do mediador na criação de políticas públicas participativas e inclusivas, com foco no interesse público. Para isso, os alunos são capacitados em relação aos órgãos governamentais, leis vigentes e estudos sociais. Com esse repertório, podem facilitar diálogos que contribuam para soluções mais colaborativas e fortaleçam a cidadania.
Intervenção em Conflitos Escolares
As escolas e centros educacionais são espaços com múltiplas formas de conflito, incluindo questões educativas, familiares e pessoais. Mas esses conflitos escolares podem afetar o ambiente educacional, o aprendizado e o desempenho dos alunos.
O curso de Mediação prepara os futuros mediadores para atuar em contextos educacionais, mediando conflitos entre alunos, professores e famílias. A mediação em escolas gera ambientes mais pacíficos, igualitários, seguros e colabora para o desenvolvimento social e emocional dos alunos, evitando situações de violência e promovendo o diálogo.
Mediação Comunitária
A mediação comunitária é uma forma de resolver conflitos dentro de uma comunidade. Podem ser, por exemplo, condomínios, clubes, associações ou grupos comunitários. O curso prepara os alunos para promover o diálogo e a cooperação entre os membros de diferentes tipos de comunidade, ajudando-os a construir um ambiente mais confortável e harmônico. Com isso, o profissional ajuda a fortalecer o senso de pertencimento e responsabilidade das partes envolvidas.
Mediação Digital
Com os avanços tecnológicos e a vida online, a mediação digital é um campo em crescimento. Isso porque o contexto atual de conflitos envolve situações que ocorrem em ambientes virtuais, como redes sociais e plataformas online de trabalho, estudos ou lazer.
Os alunos aprendem a mediar conflitos no ambiente digital, aplicando técnicas de mediação adaptadas para esses contextos e considerando os desafios específicos de comunicação, como vivências em diferentes culturas e legislações digitais. Além disso, os alunos devem entender princípios legais e éticos da privacidade digital para realizar um trabalho responsável.
Direito Colaborativo
O direito colaborativo é uma abordagem da mediação em que advogados e as partes envolvidas trabalham em conjunto para resolver disputas antes que elas se tornem questões legais complexas.
O trabalho envolve diretamente a mediação e, por isso, os alunos conhecem, durante a graduação, o funcionamento do direito colaborativo. Com isso, são capacitados para contribuir com acordos produtivos sem o desgaste emocional e financeiro de um processo judicial.
Métodos Alternativos de Solução de Conflitos (MASC)
O curso oferece uma visão ampla sobre os métodos alternativos de solução de conflitos (MASC), que incluem a mediação, a conciliação e a arbitragem. Os alunos aprendem a aplicar esses métodos em cenários emocionais, comunidades desiguais e outras barreiras que geram conflitos. Durante as aulas práticas sobre MASC, podem compreender os benefícios de cada método e a importância de buscar uma resolução pacífica e colaborativa de conflitos.
Comunicação Não Violenta (CNV)
A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma metodologia de comunicação que tem como função melhorar o diálogo e evitar conflitos através de empatia, respeito e transparência. Ou seja, é fundamental para mediação.
Os alunos aprendem os aspectos fundamentais dessa técnica e como aplicá-la com diferentes perfis de pessoas, facilitando o entendimento e reduzindo a hostilidade durante o processo de mediação. Com a CNV, o mediador transforma o conflito em uma oportunidade de diálogo, cooperação e aprendizado para as partes.
Práticas Restaurativas
As práticas restaurativas se baseiam em resolver e reparar o dano causado pelo conflito para restaurar as relações entre as partes. Durante o curso de Mediação, os docentes abordam técnicas de diálogos restaurativos, que permitem que todos os envolvidos tenham a mesma oportunidade de compartilhar suas perspectivas e sentimentos em relação aos combates.
Com essa abordagem, é possível mitigar os efeitos de conflitos comunitários e escolares, promovendo um ambiente de respeito a longo prazo.
Justiça Restaurativa
A justiça restaurativa é um conceito ligado à restauração de relações sociais que foram prejudicadas por conflitos e estratégias violentas de resolução. É o caso, por exemplo, das técnicas de reintegração social após ocorrência de crimes, com objetivo de evitar desgastes, promover melhorias e minimizar as crises e reincidências.
Os alunos aprendem a aplicar métodos de justiça restaurativa, especialmente em conflitos comunitários ou criminais. Essa abordagem permite que o ofensor compreenda o impacto de suas ações e colabore na reparação do dano, reivindicando seu papel da minimização de riscos para a comunidade, promovendo a educação e responsabilidade social e criando uma sociedade mais justa e pacífica.
Ética na Mediação
A ética é um aspecto crucial na formação do mediador, já que sua atuação deve, por princípio, ser imparcial, respeitar a confidencialidade e a autonomia das partes e promover a responsabilidade individual e coletiva na criação de acordos.
Os alunos estudam os princípios éticos e de cidadania que devem guiar a prática da mediação, incluindo o respeito à diversidade e aos direitos humanos, a integridade e a transparência na comunicação.
Além de facilitar o diálogo das partes, a ética também envolve o compromisso do mediador em evitar qualquer tipo de manipulação nos processos, garantindo que os acordos sejam construídos de forma justa e igualitária.
O curso superior tecnólogo de Mediação é, portanto, uma formação que usa conceitos-chave de comportamento humano, diversidade, diálogo e escuta para educar profissionais capacitados para atuar em diferentes contextos de conflito.
A graduação oferece tanto a compreensão teórica das dinâmicas de conflito até a aplicação prática de técnicas de mediação e negociação. Ao final do curso, os alunos são preparados para promover a paz, a justiça e a cooperação em suas futuras trajetórias profissionais, contribuindo significativamente para a construção de uma sociedade mais justa na base do diálogo.
Quais os tipos de graduação em Mediação?
Existem três modalidades de graduação no Ensino Superior, cada uma delas voltada para um perfil de curso.
Bacharelado
O bacharelado é uma graduação de quatro ou cinco anos, em média, com um ciclo básico e um ciclo aprofundado. Durante o ciclo básico, os alunos estudam disciplinas que oferecem um panorama geral de seu tema de interesse, criando o repertório necessário para entender outros conceitos.
Por ser uma modalidade mais longa, atrai principalmente alunos que ainda querem entender quais áreas têm mais interesse. Ela inclui tanto disciplinas práticas quanto teóricas. Algumas IES oferecem o curso de Mediação na modalidade bacharelado.
Licenciatura
Já a licenciatura é a modalidade de graduação voltada para atuar como docente no Ensino Básico. Aqui, o aluno aprende, além de seu tema de interesse, conceitos de Pedagogia e Didática que serão usados em sala de aula.
Ainda que muitos mediadores atuem no contexto escolar, a graduação em Mediação não está disponível na modalidade licenciatura, já que o mediador não tem papel diretamente educativo. Se o aluno tiver interesse em atuar na sala de aula e focar na inclusão e promoção do diálogo, pode optar por uma licenciatura em Educação Especial, por exemplo.
Tecnólogo
Já o tecnólogo é a modalidade mais curta de graduação, de dois ou três anos, que oferece uma formação completa e mais voltada para a inserção no mercado de trabalho. Como inclui tanto disciplinas teóricas quanto práticas, permite que os alunos vivenciem em sala de aula os desafios da carreira futura antes mesmo de começarem a vida profissional.
O tecnólogo em Mediação é o formato ideal para quem já tem interesse na área ou até mesmo está em busca de uma segunda graduação para fazer transição de carreira em setores educacionais, corporativos ou jurídicos.
É bom estudar Mediação?
Estudar Mediação é uma ótima forma de se inserir em um mercado de trabalho emergente. Ainda que não seja exigência obrigatória legal para atuar na área, o repertório de uma graduação contribui para trazer autoridade ao mediador, além de desenvolver habilidades interpessoais fundamentais para a promoção do diálogo.
A faculdade de Mediação é aprovada pelo MEC?
Antes de começar uma graduação em Mediação, é preciso saber se ela é aprovada pelo Ministério da Educação. Para isso, basta acessar o portal eMEC e buscar a instituição de interesse.
O eMEC oferece uma visão completa de todas as instituições que oferecem o curso de mediação, o tempo de existência do curso, número de alunos matriculados e conceito do curso no MEC. Além disso, constam sanções e processos em curso, para que o aluno possa fazer uma escolha informada antes da matrícula.
Como estudar Mediação?
Existe curso de Mediação presencial?
Sim, em determinadas IES, o curso de Mediação está disponível na modalidade presencial. Se optar por essa forma, o aluno precisa assistir às aulas no polo educacional escolhido em dias e horários fixos.
É uma boa opção para alunos que preferem ficar mais próximos do ambiente de estudos. Inclusive da infraestrutura da instituição de ensino, já que os polos educacionais contam com bibliotecas, auditórios e salas de estudos.
A questão que afasta muitos alunos dessa modalidade é que ela fica restrita a pessoas com tempo e oportunidade de se deslocar à faculdade nos horários e dias determinados. Ou seja, alunos que trabalham em período integral não conseguem cumprir as demandas.
Posso estudar Mediação em curso semipresencial?
A modalidade semipresencial tem se popularizado nas IES brasileiras com o avanço da tecnologia educacional. Isso porque o curso semipresencial é mais acessível para mais tipos de alunos, inclusive os que moram longe dos polos educacionais.
As disciplinas teóricas de um curso de Mediação semipresencial acontecem à distância. O aluno só precisa abrir a plataforma digital do curso e tem acesso às aulas, horários de dúvidas com docentes, leituras e fóruns de discussão.
Os encontros presenciais são marcados com antecedência para realização de atividades colaborativas e práticas. Assim, os alunos conseguem conciliá-los com outras demandas pessoais e profissionais.
Dá para fazer graduação em Mediação EAD?
Sim, o curso de Mediação pode ser feito totalmente à distância. Por ser um campo emergente e focado em diálogo, todo o conteúdo é adaptável para ser efetivo a mais perfis de alunos, mesmo de forma remota.
No dia-a-dia, o aluno pode acessar plataforma de aprendizagem e assistir às aulas síncronas e assíncronas, além de participar de discussões com docentes e outros alunos. Depois, pode aproveitar bibliotecas digitais para se atualizar na bibliografia e interfaces interativas realizar atividades de avaliação.
Essa modalidade de estudos exige mais autonomia e organização, mas permite que mais pessoas se qualifiquem. Ou seja, se o aluno está interessado em uma carreira na área, mas não pode estar na IES diariamente, o curso de Mediação EAD é a opção ideal.
Quanto tempo dura o curso de Mediação?
O curso de Mediação tecnólogo tem duração de quatro semestres, na modalidade meio período EAD.
Grade curricular de Mediação
O curso de Mediação conta com 14 disciplinas teóricas e práticas, que visam oferecer ao aluno uma formação multitemática e aplicável ao mercado de trabalho diverso. São elas:
1º semestre
Introdução Ao Estudo do Direito
A disciplina tem como objetivo analisar os conceitos básicos do Direito de forma didática. A partir de uma diversidade de teorias, fundamentos, perspectivas e entendimento desses conceitos-chave, o aluno entende o que é o Direito. A partir daí, está mais capacitado para repensar e criticar os conceitos levando em conta seu impacto real.
Por meio dos conhecimentos em relação aos institutos jurídicos, seus aspectos e dimensões, o aluno do curso de Mediação desenvolve competências e habilidades necessárias tanto para sua formação acadêmica multidisciplinar quanto para a atuação profissional baseada na legislação vigente e suas ramificações.
Legislação Empresarial Aplicada
A disciplina de Legislação Empresarial Aplicada é fundamental para o aluno de Mediação. já que traz um panorama das normas jurídicas que se aplicam à atividade empresarial. Assim, o aluno passa a conhecer todo o processo legal básico de abrir e manter uma empresa, inclusive normas empresariais e societárias, trabalhistas, tributárias e consumeristas.
Esse entendimento é fundamental para compreender os direitos e obrigações dos empresários e das sociedades empresariais. A partir daí, poderá atuar como mediador em casos de conflitos de profissionais e empresas com seus colaboradores e clientes.
Direito Civil – Parte Geral
Como base para a atuação na mediação individual e coletiva, os alunos dessa graduação devem conhecer a Parte Geral do Direito Civil, ou seja, a noção genérica do sistema jurídico civil. Devem dominar, ao final da disciplina, os conceitos estruturais do Direito Civil, os seus princípios básicos, e os direitos fundamentais de pessoas naturais e jurídicas.
O estudo desses temas proporciona ao aluno uma visão analítica e crítica das questões jurídicas e em sua prática profissional como mediador.
Negociação e Gestão de Conflitos
As pessoas são parte fundamental da criação, aplicação e manutenção de projetos, ações e atividades. Ou seja, conflitos entre as pessoas podem contribuir negativamente para seu andamento.
A negociação e a gestão dos conflitos são partes fundamentais para a convivência positiva e para a criação de acordos mais eficazes em cada situação conflitante. Essa disciplina visa ensinar os alunos a utilizar as técnicas de negociação e gestão de conflitos dentro de um contexto profissional, oferecendo ferramentas de diálogo efetivas.
Teoria Geral do Direito Constitucional
A disciplina de Teoria Geral do Direito Constitucional é um dos pilares fundamentais para a compreensão e aplicação do Direito, sendo aplicável para qualquer profissional que atue no meio jurídico, inclusive os mediadores.
Ao estudar a Constituição, seus conceitos, elementos e histórico, essa disciplina fornece as ferramentas necessárias para interpretar e aplicar o texto constitucional em qualquer cenário relevante.
Além disso, a compreensão dos direitos e garantias fundamentais prepara o aluno do curso de Mediação para enfrentar desafios práticos em sua carreira, promovendo uma atuação profissional ética e comprometida com a cidadania.
Projeto Integrado Inovação – Mediação
O projeto integrado é uma disciplina contemporânea do curso de Mediação que envolve atividades multidisciplinares preparadas pelos docentes para utilizar os conceitos vistos em sala de aula de forma prática e alinhada ao mercado de trabalho.
2º semestre
Comunicação Não Violenta, Escuta Ativa e Linguagem Corporal
A comunicação não violenta envolve o uso da escuta ativa, empática e justa. Para dominar a técnica e saber utilizá-la em favor das partes e da criação de acordos claros, o aluno do curso de mediação deve aprender um conjunto de técnicas que estimulam a conexão entre as pessoas e a compreensão individual dos interesses. Assim, quando atuar no ramo, o aluno pode criar um espaço seguro para que todos os envolvidos se sintam confortáveis e ouvidos.
Teoria Geral do Processo
Como o mediador atua direta ou indiretamente no ramo jurídico ou na prevenção de processos, é fundamental compreender, durante o curso de Mediação, a Teoria Geral do Processo. A disciplina envolve o processo e como ele se estrutura, as vias legais envolvidas e as demandas de cada etapa, além de um panorama do Poder Judiciário.
O domínio desses conceitos permite ao aluno o desenvolvimento de sua atuação profissional voltada para a pacificação de conflitos, focando na legalidade, na eficiência e no interesse das partes envolvidas.
Modelo Multiportas e Meios Integradores de Resolução de Conflitos
A disciplina de Modelo Multiportas e Meios Integradores de Resolução de Conflitos aborda as possibilidades em um sistema jurídico adaptável às necessidades dos indivíduos e organizações. Nesse modelo multiportas, há oportunidade de utilizar múltiplas formas de resolução de conflitos, como negociação, mediação, conciliação e arbitragem.
Durante as aulas, os alunos aprendem a avaliar as demandas de cada conflito, a intensidade das questões e as perspectivas de cada parte para escolher o método mais apropriado.
Os alunos também estudam, com exercícios teóricos e práticos, como esses modelos podem ou poderiam ser usados em diferentes contextos institucionais para reduzir a sobrecarga do sistema judiciário e melhorar o acesso à justiça, equilibrando eficiência e bem-estar social.
Criminalidade, Infância e Justiça Restaurativa
As aulas sobre Criminalidade, Infância e Justiça Restaurativa focam no papel e impacto da justiça restaurativa na reabilitação de jovens em situações de conflito com a lei. O objetivo geral dessa modalidade é reduzir a reincidência e fortalecer a reintegração social, além de
enfatizar a reparação do dano causado e a responsabilidade social.
Para isso, os alunos aprendem como mediar conflitos envolvendo menores, usando técnicas de diálogo para incentivar esses jovens a refletirem sobre o impacto de suas ações.
Além disso, a disciplina explora as consequências sociais e psicológicas da criminalidade juvenil, para entender o contexto social desses conflitos e oferecer a ferramenta necessária na criação de políticas públicas na busca de um ambiente seguro e restaurador.
Com estudos de caso, os alunos são preparados para comparar a justiça restaurativa com o sistema punitivo tradicional, entendendo como ela pode ser uma alternativa que promove o desenvolvimento emocional e o entendimento.
Optativa I
As optativas são disciplinas que o aluno pode escolher conforme a disponibilidade de cada IES. Ligadas ao tema principal de estudos, elas oferecem uma visão específica de áreas paralelas e são uma ótima oportunidade de entender melhor aspectos secundários da atuação profissional futura.
Projeto de Extensão I
As atividades de extensão são atividades voltadas para a comunidade externa. Aqui, os alunos devem participar de iniciativas que levam seus conhecimentos para interessados além do curso, como palestras, workshops e conferências que promovam temas da mediação.
3º semestre
Prática em Negociação, Mediação e Arbitragem
A disciplina de Prática em Negociação, Mediação e Arbitragem é a base para a aplicação desses três métodos essenciais de resolução de conflitos. Os alunos usam simulações e se colocam no papel das partes desses conflitos para treinar técnicas de negociação estratégica, aprendendo a construir soluções que equilibrem os interesses divergentes e promovam um consenso.
No campo da arbitragem, os alunos compreendem a aplicação de decisões finais em conflitos complexos, como os contratuais. A prática constante desenvolve o pensamento crítico e ass habilidades de comunicação, empatia e neutralidade, fundamentais para uma atuação eficaz como mediadores e árbitros.
Psicologia Aplicada Ao Direito
A Psicologia Aplicada ao Direito, também conhecida como Psicologia Jurídica ou Forense, é o campo de estudo interseccional da legislação e do comportamento humano. Essa disciplina aborda as causas e consequências da legislação nas relações pessoais e organizacionais e é fundamental para que os alunos compreendam o impacto dos processos legais nas pessoas.
Tem como objetivo a compreensão, clareza e melhoria do sistema legal a partir de uma perspectiva psicológica.
Mediação e Arbitragem Empresarial e Consumerista
Nas aulas de Mediação e Arbitragem Empresarial e Consumerista , os docentes e alunos focam nos conflitos do contexto corporativo e nas relações de consumo. Aqui, estudam os detalhes específicos das disputas empresariais, como questões contratuais, potenciais processos trabalhistas e divergências entre sócios. Além disso, entendem as divergências das empresas com consumidores.
Os futuros mediadores devem saber lidar com conflitos que envolvem pontos como faturamento, relação com investidores e fornecedores, preservação das relações comerciais e a proteção dos ambientes de trabalho.
A disciplina também explora os aspectos éticos e legais vinculados a esses tipos de mediação e arbitragem, como proteção do consumidor, respeito à transparência nas negociações, acordos de confidencialidade corporativos, etc.
Por meio de estudos de caso, os alunos desenvolvem as habilidades necessárias para intervir em conflitos empresariais e consumeristas de forma neutra e efetiva, sem recorrer ao sistema judiciário, economizando tempo e recursos das partes envolvidas.
Mediação Comunitária, Familiar e Escolar
Em Mediação Comunitária, Familiar e Escolar, os alunos estudam as implicações da mediação nesses três contextos distintos, cada um com suas próprias demandas. Na mediação comunitária, por exemplo, o objetivo é resolver conflitos locais e melhorar a convivência. Já a mediação familiar exige o entendimento das dinâmicas familiares e lidar com a carga emocional dos conflitos, buscando preservar o bem-estar e a segurança das partes. Na mediação escolar, os futuros mediadores aprendem a criar um espaço para solução entre alunos, professores e familiares, promovendo um ambiente educacional colaborativo para uma amplitude e diversidade de alunos.
Essa disciplina combina práticas restaurativas e de construção de diálogo para enfrentar os desafios das relações interpessoais. Com uma abordagem focada na empatia e humanização, os alunos compreendem como esses tipos de mediação podem reduzir a violência e fortalecer o senso de comunidade.
Optativa II
As optativas são uma forma de ampliar os horizontes acadêmicos. Algumas IES oferecem a oportunidade de cursar disciplinas em outras áreas de estudo. O aluno de Mediação, por exemplo, pode cursar disciplinas de Direito, Sociologia ou Educação como optativa.
Projeto de Extensão II – Mediação
Os alunos podem participar, como parte de sua carga horária de extensão, de empresas juniores. As empresas juniores são empresas geridas por alunos de graduação e monitoradas por docentes qualificados, que oferecem serviços à comunidade. No caso da graduação em Mediação, a empresa júnior pode facilitar diálogos comunitários em grupos marginalizados, por exemplo, para solucionar conflitos de forma rápida e sem processos custosos.
4º semestre
Teoria da Argumentação Jurídica
A Teoria da Argumentação Jurídica é uma disciplina crítica para a formação de mediadores aptos a construir argumentos efetivos. Os alunos aprendem as bases filosóficas e lógicas da argumentação, além de entender como elas podem ser usadas para construir raciocínios claros, coerentes e convincentes frente a pessoas com perspectivas diferentes do mesmo conflito.
A disciplina aborda múltiplos modelos e teorias argumentativas, como a retórica, a dialética e a lógica jurídica, que são aplicáveis no contexto da mediação e da arbitragem. Assim, os alunos são capazes de intervir em discussões de forma mais eficaz, identificando falácias, minimizando impasses, considerando nuances dos argumentos e propondo caminhos de resolução.
Filosofia do Direito
A Filosofia do Direito é a compreensão do desenvolvimento histórico do pensamento humano e dos desafios da sociedade. Esse conhecimento é crucial para formação ampla dos profissionais de várias áreas, inclusive a Mediação.
Essa perspectiva embasada pode levar a uma visão mais criteriosa do sistema jurídico, capacitando o aluno para compreensão e reflexão sobre princípios éticos e morais que orientam a prática jurídica e dando ao aluno as ferramentas necessárias para guiar seu papel profissional e cívico na sociedade.
Direitos Humanos e Cidadania
Os Direitos Humanos são um dos princípios da Mediação e a prática do diálogo, já que acesso à resolução de conflitos de forma justa e igualitária é essencial nesse contexto.
Os alunos, durante a disciplina, conhecem os marcos históricos internacionais e nacionais dos direitos humanos e os procedimentos que promovem a garantia de direitos de igualdade no desenvolvimento de políticas públicas e políticas sociais.
Além disso, estudam a importância teórica e prática da garantia dos direitos civis e do acesso à resolução de conflitos para grupos marginalizados, como povos indígenas, comunidade LGBTQIA+, mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência, migrantes e refugiados.
Sociedade Brasileira e Cidadania
A formação em Mediação inclui em seu currículo uma disciplina sobre a sociedade brasileira que apresenta a realidade social na qual o aluno se insere, suas transformações ao longo do tempo e perspectivas futuras.
Através desse estudo, é possível identificar e analisar as desigualdades sociais e forma de evitá-las na prática de resolução de conflitos.
Permite também que o aluno compreenda a diversidade cultural, étnica e regional da sociedade brasileira para reconhecer as diferentes perspectivas frente às questões sociais e saiba entender a pluralidade cultural do país, além de desenvolver a empatia e a solidariedade.
Responsabilidade Social e Ambiental
A responsabilidade social e ambiental envolve o pensamento crítico e a ação responsável, na busca por sustentabilidade ambiental, humana e econômica. Essa disciplina aborda temas como crises ambientais, exploração de recursos naturais e humanos e conflitos regionais derivados de práticas abusivas.
Neste contexto, o conhecimento trabalhado na disciplina é fundamental para diferentes áreas do conhecimento, tal como a mediação, para que sejam utilizadas nos conflitos contemporâneos.
Projeto Integrado Síntese – Mediação
O projeto integrado é uma atividade multidisciplinar realizada ao final do curso para analisar a compreensão do aluno dos temas vistos em sala de aula. Essa atividade varia de acordo com a IES e os interesses do aluno, mas o objetivo principal é oferecer uma perspectiva embasada nas teorias e práticas abordadas na proposta pedagógica do curso.
Quais são as áreas da Mediação?
A mediação se divide em algumas áreas de interesse e atuação. Algumas delas lidam com questões privadas e interpessoais como mediação familiar e intervenção em conflitos escolares. Aqui, o mediador fica responsável por criar um ambiente seguro em que todas as partes sejam ouvidas e possam expressar sua perspectiva do problema. A partir daí, o objetivo da mediação é chegar a um acordo considerado justo por todos.
Já a mediação comunitária e mediação empresarial podem lidar com questões coletivas. É o caso, por exemplo, de disputas entre contratantes e contratados por cláusulas de documentações ou conflitos entre grupos locais, como condomínios, sobre regras de convivência e consequências para seus cumprimentos. Muitas vezes esses conflitos exigem arbitragem, ou seja, uma decisão final neutra que leve em consideração múltiplas perspectivas e estabeleça regras para evitar que surjam novamente no futuro.
A mediação em disputas judiciais é, em geral, uma tentativa de evitar processos e minimizar os recursos gastos com envolvimento do jurídico. Aqui, o mediador pode atuar, por exemplo, na resolução de problemas entre consumidores e vendedores, disputas trabalhistas e processos de partilha de bens. Assim, as partes chegam a um acordo sem instâncias mais formais.
Por fim, a mediação em políticas públicas é a área que fortalece a participação e a cidadania na criação de legislação e fiscalização de seu cumprimento. O mediador pode atuar em diálogos com organizações governamentais e não-governamentais, associações de classe e Ministério Público na geração de um sistema mais transparente e justo.
Como é o mercado de Mediação?
O mercado de trabalho do mediador está dividido em duas áreas: judicial e extrajudicial. Para ser mediador em conflitos extrajudiciais, é preciso ter neutralidade, ser qualificado na temática do conflito e, claro, manter a ética e a confiabilidade.
Já nos processos judiciais, o mediador deve ser credenciado nos Tribunais de Justiça regionais e ter o treinamento correto, oferecido pelos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCS). Assim, além de ter uma perspectiva de imparcialidade, ele está apto a oferecer um acordo com base nas leis locais, preservação da cidadania e no cumprimento dos direitos fundamentais.
Quais órgãos regulamentam a atuação em Mediação?
A conduta ética é fundamental para a atuação do mediador e, durante o curso, os alunos entram em contato com os principais órgãos e documentos ligados à prática. Mesmo após a conclusão dos estudos, porém, é preciso ficar em dia com mudanças no cenários a profissão, exigências regulatórias e, claro, transformações sociais que impactam o dia-a-dia do mediador e seus clientes.
Um exemplo importante é o Código de Ética para Mediadores do Conselho Nacional de Mediação e Arbitragem (CONIMA), entidade estabelecida em 1997 para organizar e regulamentar a prática profissional.
Segundo essa norma, os pilares da atuação do mediador são:
- Imparcialidade: condição fundamental ao Mediador; não pode existir qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua imparcialidade; deve procurar compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores pessoais venham a interferir no seu trabalho.
- Credibilidade: o Mediador deve construir e manter a credibilidade perante as partes, sendo independente, franco e coerente.
- Competência: a capacidade para efetivamente mediar a controvérsia existente. Por isso o Mediador somente deverá aceitar a tarefa quando tiver as qualificações necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das partes.
- Confidencialidade: os fatos, situações e propostas, ocorridos durante a Mediação, são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participarem do processo devem obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, não podendo ser testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos termos por elas convencionados, desde que não contrarie a ordem pública.
- Diligência: cuidado e prudência para a observância da regularidade, assegurando a qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os seus princípios fundamentais.
A mediação faz parte da legislação brasileira, inclusive no que se diz respeito aos tribunais locais e quais pontos de conflito podem estar sujeitos à prática. Segundo o artigo 3º da lei 13140, de 2015, conhecida como Lei da Mediação:
“Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação.
§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.
§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.”
A lei também determina quais são os critérios para nomeação e trabalho do mediador :
“Art. 4º O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes.
§ 1º O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito.
§ 2º Aos necessitados será assegurada a gratuidade da mediação.
Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas.”
A partir dessa determinação, entram também pontos como não assessorar nenhuma das partes por um ano a partir da conclusão do processo, equiparação legal aos servidores públicos durante o período de mediação, quais profissionais podem contribuir como assessores do mediador (advogados e defensores públicos), e, principalmente, o artigo 7º, que reforça a proibição do mediadir atuar como testemunha ou árbitro em processos nos quais é mediador.
Outro ponto importante é a diferenciação das regras para mediadores judiciais e extrajudiciais. No caso dos extrajudiciais, é preciso ter confiança de partes e ser qualificada no tema. A lei esclarece que:
“Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.”
Os profissionais da área também devem estar familiarizados com as disposições do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre mediação e suas aplicações. O Conselho oferece manuais e guias atualizados sobre a área, formações creditadas e dados relevantes sobre o movimento pela mediação e seu impacto na justiça brasileira.
Além disso, o órgão produz materiais sobre mediação para o público-geral, que podem ser ferramentas importantes na validação da atuação do mediador e educação da população geral sobre o tema. Assim, setores como empresas e escolas podem entender melhor a importância do trabalho de mediação de forma geral.
A mediação de conflitos também faz parte das diretrizes de órgãos globais. A ONU, por exemplo, coloca Paz, Justiça e Instituições Eficazes como o 16º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para 2030. Entre os objetivos do documento estão:
- Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares;
- Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos;
- Desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis;
- Promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desenvolvimento sustentável.
Esses e outros métodos fazem parte de uma tendência mundial frente aos conflitos e à desigualdade dos processos legais. Para combater os problemas atuais, é preciso repensar as estratégias de justiça e os mediadores têm papel fundamental na mudança.
Já a Câmara de Comércio Internacional (ICC) foca na mediação como um método flexível e confidencial para lidar com os conflitos oriundos das negociações entre entidades a nível internacional. Segundo o Regulamento da Mediação da ICC, artigo 7:
“1 O mediador e as partes devem discutir prontamente a forma com que a mediação será conduzida.
2 Após a discussão, o mediador deve prover documentação escrita às partes informando o método escolhido. Todas as partes, ao aceitar decidir a disputa segundo o Regulamento, aceitam continuar com o processo até o recebimento dessa documentação ou optam por terminar o processo antes da conclusão.
3 Ao estabelecer e conduzir a mediação, o mediador deve se guiar pelos objetivos das partes envolvidas e tratá-los com justiça e imparcialidade.
4 As partes devem agir de boa fé durante a mediação.”
Qual o perfil do aluno de Mediação?
Para aproveitar ao máximo o curso superior de Mediação o aluno deve, principalmente, se interessar pela questão de gestão de conflitos. É fundamental ter um perfil conciliatório, que favoreça o diálogo em suas diversas formas, e saber trabalhar em equipe. Isso porque essa área exige colaboração com pessoas em diferentes perfis e posições, não importa o setor de atuação.
Por exemplo, ao trabalhar no setor de RH estratégico de uma empresa, o mediador deve ter facilidade em promover conversas produtivas com diferentes partes interessadas, sejam elas colaboradores ou líderes, profissionais experientes ou no início de suas carreiras, com senioridade na empresa ou não. Dessa forma, o espaço de diálogo fica mais igualitário, mesmo que as relações, por si só, estejam em desnível.
Ter interesse em Direito, é claro, faz toda a diferença. Apesar de não trabalhar exclusivamente com legislação e não necessariamente em questões jurídicas, o mediador deve estar ciente de quais normas e leis são aplicáveis a cada ambiente e relação interpessoal para que possam fazer seu trabalho de forma responsável. O mesmo se aplica às Ciências Sociais, ou seja, o aluno precisa, durante o curso, fazer leituras e atividades vinculadas a temas como sociologia e antropologia, para que adicione essas perspectivas ao seu futuro repertório profissional.
Além disso, é preciso gostar de acompanhar as mudanças sociais e as tendências culturais. A transformação da sociedade impacta diretamente os comportamentos individuais e coletivos, o que leva a pontos de discordância em que o mediador precisa atuar.
É uma área de trabalho bastante próxima de Serviço Social e Psicologia, muitas vezes trabalhando em conjunto para solucionar situações de risco e promover uma sociedade mais justa. O aluno da graduação em Mediação deve, portanto, ter proximidade com trabalho comunitário e com temas como saúde mental e proteção do bem-estar individual e coletivo.
Quanto custa estudar Mediação?
O curso tecnólogo de Mediação é uma ótima oportunidade de se inserir em uma área em crescimento sem gastar muito. Na Unopar, por exemplo, os cursos tecnólogos EAD têm mensalidade a partir de R$119.
Posso conseguir bolsa de estudos para Mediação?
Sim, o curso de Mediação conta com bolsas de estudo diferentes em cada IES. Algumas faculdades oferecem bolsa de 100% de desconto para alunos que se destacam no processo seletivo e/ou sejam de baixa renda.
Existe financiamento para estudar Mediação?
Se o aluno deseja investir em uma formação em Mediação, mas não pode arcar com os custos de mensalidade, existem opções de financiamento. O FIES é o programa governamental que conta com condições especiais para estudantes de baixa renda familiar. As taxas de juros do FIES fazem toda a diferença na hora de começar a graduação.
Já o financiamento privado pode ser feito por meio de instituições financeiras ou até mesmo diretamente com a IES, se disponível.
Faculdade Pública ou Privada é melhor para Mediação?
Hoje, apenas faculdades privadas oferecem graduação em Mediação.
Como começar a estudar Mediação?
Vestibular para Mediação
O curso superior de Mediação está disponível em uma variedade de instituições de ensino brasileiras. Após escolher a proposta pedagógica que mais combina com seus interesses, o aluno deve se inscrever na prova e se atentar ao edital.
O vestibular para Mediação pode incluir perguntas objetivas e subjetivas sobre as disciplinas do Ensino Médio. Para se destacar e conseguir uma vaga no curso, o aluno também deve dominar técnicas de redação para o vestibular.
ENEM
Se o aluno optar por cursar Mediação em uma IES que ofereça o ENEM como processo seletivo, pode ser mais rápido e econômico. Isso porque as instituições utilizam as notas do ENEM para alocar as vagas na graduação conforme o desempenho. Assim, o aluno não precisa arcar com uma taxa de inscrição adicional.
O que preciso para me formar em Mediação?
Mediação tem estágio obrigatório?
Não, o estágio não é obrigatório na área de Mediação. Como é um curso tecnólogo e com rápida inserção no mercado de trabalho, os alunos conhecem a prática profissional desde a primeira disciplina prática.
E o Enade?
O Enade é uma prova obrigatória a todos os egressos do Ensino Superior, como forma de analisar a qualidade dos cursos perante as normas do MEC. Os cursos mudam anualmente, sendo assim, no ano em que os cursos de Mediação são selecionados para fiscalização, todos devem participar.
Tem TCC no curso de Mediação?
Não, o curso de Mediação não tem TCC obrigatório. No entanto, a grade curricular inclui o Projeto Integrado Síntese. Nesse projeto, o aluno deve explorar múltiplas disciplinas vistas durante o curso em um só trabalho, que deve seguir as regras acadêmicas.
A diferença do TCC para o PI é que, enquanto o TCC é uma pesquisa aprofundada, o projeto integrado é uma oportunidade de encontrar caminhos multidisciplinares nos estudos ao final do curso.
Na prática, porém, as mesmas exigências de aplicam a ambas as modalidades: exista uma disciplina exclusiva para elaboração e aplicação do projeto, é preciso seguir as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e obter a nota de aprovação por meio de avaliação do(s) docente(s) responsáveis. Por isso, é fundamental que o aluno dedique o tempo necessário para aprimoramento do projeto, tenha referências de pesquisa e bibliográficas e entenda o impacto de cada uma delas no decorrer da realização do trabalho. Assim, ele pode demonstrar domínio das temáticas ligadas ao curso no final de sua formação.
Qual é o salário de quem trabalha com Mediação?
Um dos motivos que atrai alunos para o curso superior de Mediação é a possibilidade de remuneração competitiva. Depende, principalmente, do tempo de experiência e do setor em que o mediador atua.
Por exemplo, segundo o portal salario.com.br, um Gerente de Relações Humanas corporativos, que lida diretamente com as relações interpessoais das equipes, recebe uma média de R$8900 mensais. O setor apresentou 16% de crescimento no último ano, segundo dados do Novo CAGED e eSocial.
Um profissional que atua na Coordenação Escolar e mediação de conflitos no ambiente educacional tem média salarial de R$3500 e o setor teve 37% de aumento em contratações formais no último ano.
Já os mediadores judiciais têm remuneração fixada pelos tribunais locais. Como sua atuação é legalmente equiparada a servidores públicos durante os processos, as remunerações também são divulgadas de forma aberta e transparente. No caso do TJSP, por exemplo, a remuneração está diretamente ligada ao valor da causa e nível de complexidade. Em uma causa simples de cerca de R$60 mil, o mediador recebe R$75/hora. Já nos conflitos de alta complexidade com valores maiores que 12 milhões, os ganhos podem ser mais de R$1500/hora.
Como se especializar na Mediação?
Após concluir a graduação em Mediação, o aluno pode continuar os estudos por meio de formações adicionais. Ela pode ajudar a ampliar o repertório cultural e científico, além de oferecer perspectivas importantes sobre os conflitos no trabalho.
Cursos livres
Os cursos livres são formações curtas e abertas a qualquer interessado, oferecendo uma visão rápida sobre um tema de estudos. Os mediadores que atuam em mediação comunitária podem se interessar, por exemplo, por um curso de Administração de condomínios para entender melhor os desafios do setor. Já um mediador escolar pode estudar Educação Inclusiva para tornar sua prática mais consciente e igualitária.
Pós-graduação
A pós-graduação é uma forma de aprofundar os estudos após a graduação, mas também pode ser feita quando o profissional tem mais experiência e quer alcançar cargos com mais responsabilidade.
Para egressos de Mediação, uma opção interessante pode ser um MBA em Comunicação Organizacional ou Cultura e Governança Corporativa.
Veja também: confira a aula destaque de Direito na Unopar!
Por que escolher Mediação na Unopar?
A Unopar é a opção ideal para alunos que se interessam por uma carreira em mediação de conflitos, seja ela judicial ou extrajudicial, individual ou coletiva.
A proposta pedagógica do curso inclui aulas teóricas e práticas sobre as vertentes da mediação, técnicas de diálogo e prevenção de conflitos e todos os aspectos legais e éticos ligados à profissão. Com isso, o aluno está preparado para os desafios do mercado e pode oferecer a seus clientes a oportunidade de usar as ferramentas de mediação na construção de acordos transparentes, realistas e aplicáveis.
A Unopar oferece também toda a infraestrutura necessária para estudar Mediação de onde você estiver e no seu tempo, com uma plataforma de aprendizado EAD repleta de recursos educacionais e bibliotecas virtuais completas, além do contato direto com docentes especialistas na área.
Gostou da ideia de trabalhar com pessoas e solucionar problemas? Confira mais detalhes do curso de Mediação e seja parte da Unopar!
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